Investigado por injúria racial, jogador do América-MG é suspenso preventivamente
STJD acatou pedido da Procuradoria e suspendeu o jogador até que o caso de injúria racial seja julgado
O meia Miguelito, do América-MG, está suspenso preventivamente e não pode entrar em campo

Belo Horizonte, MG, 06 (AFI) – O meia Miguelito, do América-MG, está suspenso preventivamente e não pode entrar em campo. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), por meio do presidente Luís Otávio Veríssimo Teixeira, acatou pedido da Procuradoria e suspendeu o jogador até que o caso de injúria racial seja julgado.
“A suspensão preventiva, neste contexto, não configura antecipação de pena, mas sim um instrumento cautelar adequado, proporcional e necessário à preservação da moralidade e da credibilidade da competição em que se desenvolveram os fatos”, justificou.
O CASO
O caso segue sendo investigado. Segundo relato registrado em súmula pelo árbitro Alisson Sidnei Furtado, o atacante Allano, do Operário, acusou Miguelito de tê-lo chamado de “preto cagão” aos 30 minutos do primeiro tempo. A denúncia foi testemunhada pelo volante Jacy, também do time paranaense. A equipe de arbitragem, porém, informou não ter presenciado ou ouvido a suposta ofensa.
O caso foi enquadrado no artigo 20 da Lei nº 7.716/89, que trata de crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça ou cor. Como a legislação não permite pagamento de fiança, o atleta do América-MG ou a noite sob custódia na delegacia local antes de ser conduzido ao Judiciário. A Justiça optou por liberá-lo para responder ao processo em liberdade.
A Polícia Civil do Paraná segue com a investigação e solicitou imagens dos canais de transmissão da partida para apurar se há registro do momento citado. O inquérito deve ser concluído nos próximos dias. A pena para o crime de injúria racial pode chegar a cinco anos de reclusão.
AMÉRICA DÁ APOIO AO JOGADOR
Enquanto o processo tramita, o América reforça que continuará prestando assistência jurídica e institucional ao jogador, ao mesmo tempo em que mantém sua posição de intolerância com qualquer conduta discriminatória.