Náutico recebe proposta de grupo argentino para SAF e analisa novos modelos

Assim como o Consórcio Timbu, o grupo argentino propõe investir R$ 400 milhões no futebol alvirrubro ao longo de dez anos.

IMG 0351
Enquanto analisa a proposta, o Náutico segue empenhado em concretizar o projeto da SAF. (Foto: Reprodução/Naútico)

Recife, PE, 03, (AFI) – O Náutico recebeu uma proposta vinculante de um grupo argentino interessado em adquirir 90% das ações da futura Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube. O contrato apresentado possui diferenças significativas em relação à proposta anterior, feita pelo Consórcio Timbu, que acabou desistindo após exigências de mudanças impostas pelo Conselho Deliberativo.

Um dos principais pontos de divergência envolve o Centro de Treinamento Wilson Campos. Na proposta do Consórcio Timbu, 47 hectares do local seriam transferidos para a SAF. Já os argentinos não exigem a posse do CT, mas querem a cessão do direito de uso, mantendo o patrimônio sob controle do clube.

Apesar disso, há pontos em comum entre as propostas. Assim como o Consórcio Timbu, o grupo argentino propõe investir R$ 400 milhões no futebol alvirrubro ao longo de dez anos. No entanto, ainda não foi apresentado um cronograma detalhado sobre o valor mínimo a ser investido por temporada.

Enquanto analisa a proposta, o Náutico segue empenhado em concretizar o projeto da SAF. Após o fracasso nas tratativas com o Consórcio Timbu, o presidente Bruno Becker sugeriu a criação da “Náutico SAF”, inicialmente de forma autônoma, com o próprio clube sendo dono de 100% das ações até encontrar investidores que se encaixem no modelo desejado.

Para isso, será necessária a aprovação do Conselho Deliberativo — órgão que tem protagonizado embates com o Executivo e é visto como um dos entraves para o avanço do projeto.

COMISSÃO ESPECIAL

Na tentativa de acelerar o processo, Bruno Becker criou uma Comissão Especial composta por sete membros, sendo três deles do próprio Conselho Deliberativo. A comissão é formada por Aluísio Xavier (presidente do Conselho), Roberto Pimentel e Luiz Filipe Figueiredo (assessores da presidência executiva), Alexandre de Moraes Rêgo e José Henrique Wanderley Filho (conselheiros), além de Rodrigo Cahu Beltrão, advogado responsável pela recuperação judicial do clube.

A ideia da comissão é criar um modelo de SAF que não esbarre novamente nas resistências do Conselho, evitando que o processo fique travado como ocorreu anteriormente.

NOVAS SONDAGENS

Com a proposta do grupo argentino em mãos e outras sondagens em andamento, o Náutico adota uma postura de cautela, evitando qualquer proposta que implique em exclusividade neste momento. O Executivo e a comissão desejam aguardar outros contatos, analisando alternativas para fechar o melhor acordo possível.

Por fim, o clube estipulou que, caso a nova proposta vinculante não atenda aos requisitos mínimos estabelecidos pelo Conselho na negociação ada, ela não será sequer levada novamente aos conselheiros. A diretoria pretende seguir com tratativas apenas dentro do modelo previamente debatido, a fim de evitar novos imes internos.