Campinas, SP, 06, (AFI) – A caminhada da Vila Boa Vista rumo à final da Liga Campineira Sub-20 foi tudo, menos tranquila. Antes mesmo do apito inicial da fase de grupos, o técnico Mestiço já enfrentava desafios fora das quatro linhas. “Não posso dizer que foi fácil, porque tivemos dificuldade para montar o time”, conta ele, relembrando os bastidores do início de temporada.

“Pegamos os meninos já depois da segunda quinzena de janeiro. Nosso campo estava em reforma, e tivemos que correr atrás de amistosos para entrosar o grupo, corrigir falhas e ainda substituir algumas peças. Foi um processo.”

Além da questão estrutural, Mestiço dividiu seu tempo entre o trabalho e o futebol, algo que só foi possível com apoio. “Tenho que agradecer muito ao meu auxiliar, o Newton. Eu trabalho de final de semana e em janeiro isso foi ainda mais puxado. Ele acompanhou o time quando eu não podia. Foi essencial.”

REVIRAVOLTA IMPORTANTE

A semifinal contra o Brahmeiros foi, para muitos, o jogo mais eletrizante da Liga até aqui. O Boa Vista saiu perdendo por 2 a 0, mas buscou o empate e garantiu a classificação nos pênaltis. Para Mestiço, a virada foi fruto de ousadia tática e, principalmente, da fé no grupo.

“Tiramos um lateral e colocamos mais um atacante. Era tudo ou nada. A ideia era pelo menos empatar para seguir vivo. Muita gente já estava indo embora do campo, achando que estávamos eliminados. Até a torcida adversária cantava que a gente tava fora. Mas os meninos não desistiram.”

A vitória nos pênaltis selou o aporte para a final, mas também reforçou a identidade de uma equipe que se recusa a abaixar a cabeça. “Foi um jogo que testou tudo: técnica, tática, emocional. E eles aram”, resume o treinador.

FORÇA OFENSIVA

Com 26 gols marcados, a Vila Boa Vista não apenas venceu jogos — encantou. A vocação ofensiva do time é explicada por um trio de fatores: intensidade, técnica e comprometimento.

“Temos um ataque muito rápido, mas o diferencial está nos nossos meias. Eles fazem uma transição muito boa do volante para o ataque. Têm ótimo e, técnica apurada. E acima de tudo, esses meninos têm vontade. Eles querem ganhar.”

Essa fome de vitória é visível em campo — e foi vital para transformar tropeços em aprendizado, como na derrota para o Morro na fase de grupos.

REVANCHE CONTRA O MORRO

Na primeira fase, o Boa Vista foi derrotado pelo Morro — um tropeço que ligou o alerta da comissão técnica. “Futebol prega essas peças. Eles entraram desligados, desatentos. E pagamos o preço”, ite Mestiço.

Quando o confronto se repetiu nas quartas de final, a história foi outra: vitória imponente por 4 a 1. A virada de postura foi construída no vestiário.

“Conversei com eles antes do jogo: ‘Não pode acontecer de novo’. E eles entenderam. Entraram determinados, com gana. Não teve bola perdida. Era uma revanche, mas mais do que isso, era uma chance de mostrar maturidade.”

A GRANDE FINAL

Agora, a Vila Boa Vista se prepara para encarar o COFA, que chega invicto à final. O duelo será neste domingo, dia 8 de junho, às 10h da manhã, na Arena Corintinha — e vale o primeiro título sub-20 da história do Boa Vista.

“Estamos confiantes. O elenco é bom, daria até para montar um time A e um time B, como o próprio COFA fez. Vamos ter alguns desfalques, infelizmente, mas temos peças para substituir à altura. Estamos inspirados.”

A palavra “inspiração” define bem o momento do Boa Vista. Mestiço acredita que a campanha já é histórica — mas sonha com um final ainda mais marcante.

“Agradeço imensamente o apoio da nossa maravilhosa torcida, ao Nilton, Danilo, Eduardo, Ryan, ao senhor Edilson, que grava os jogos e ao Sr. Lima que nos apoia sempre, Todos são parte disso. Espero que a gente possa coroar esse trabalho com o título. Se Deus quiser, vamos sair campeões. Seria o primeiro da Vila no sub-20. E eles merecem.”