Ancelotti será o quarto técnico estrangeiro da seleção: relembre os “gringos” que vestiram o agasalho do brasil
Antes do multicampeão italiano, três nomes ocuparam a função em contextos muito diferentes – e hoje quase esquecidos pela narrativa oficial.
O treinador já comandará a equipe nos próximos compromissos nas Eliminatórias

Rio de Janeiro, RJ, 12 (AFI) – O anúncio oficial de Carlo Ancelotti como técnico da seleção brasileira marca uma guinada histórica. Embora a CBF venda a chegada do italiano como um movimento sem precedentes, esta não é a primeira vez que um estrangeiro dirige o time cinco vezes campeão do mundo. Ancelotti será, na verdade, o quarto treinador nascido fora do Brasil a comandar a seleção em jogos oficiais.
A origem: ramón platero em 1925
Antes do multicampeão italiano, três nomes ocuparam a função em contextos muito diferentes – e hoje quase esquecidos pela narrativa oficial. O primeiro foi Ramón Platero, uruguaio que comandou a seleção em 1925 durante o Campeonato Sul-Americano (atual Copa América), disputado na Argentina. Na época, a profissionalização do futebol brasileiro ainda engatinhava, e não havia uma estrutura formal na CBF. Platero era uma das poucas referências táticas disponíveis e liderou o Brasil em cinco jogos na competição.
Joreca e Filpo: agens breves e curiosas
Duas décadas depois, em 1944, o português Joreca, então técnico do São Paulo, foi chamado para dividir o comando da seleção com Flávio Costa em dois amistosos contra o Uruguai. Ele venceu os dois jogos, incluindo uma vitória expressiva por 4 a 0 no Pacaembu. Apesar da curta agem, foi o primeiro europeu a dirigir o Brasil oficialmente.
Já em 1965, o argentino Filpo Núñez foi protagonista de um episódio curioso: o Palmeiras representou o Brasil em um amistoso contra o Uruguai, e o então técnico do Verdão foi, por extensão, o comandante da seleção naquela partida. O Brasil venceu por 3 a 0, e Filpo entrou para a história como mais um estrangeiro a vestir o agasalho da Amarelinha.
O projeto ancelotti e a obsessão da cúpula
Agora, quase 60 anos depois, Carlo Ancelotti assume a seleção em um momento conturbado e cercado de simbolismo. A CBF entregou interinamente o time a três técnicos nos últimos meses – Ramon Menezes, Fernando Diniz e Dorival Júnior –, como se tentasse tapar buracos à espera do astro europeu. A federação chegou a desprezar treinadores em atividade no país e ou a tratar Ancelotti com uma reverência rara, que nem mesmo o peso da camisa pentacampeã parece merecer nos discursos oficiais.
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“Trazer Ancelotti para comandar o Brasil é uma declaração ao mundo”, disse o presidente Ednaldo Rodrigues, escancarando o projeto de “importação de prestígio” que a entidade acredita ser necessário para recolocar a seleção no topo. Outros nomes estrangeiros foram cogitados antes do acerto, como Jorge Jesus e Abel Ferreira, mostrando que a CBF preferiu olhar para fora a buscar soluções dentro de casa.
Um técnico consagrado, mas em baixa
O italiano chega após um ano decepcionante no Real Madrid, marcado por eliminações precoces e derrotas seguidas para o Barcelona. Mesmo assim, ostenta um currículo inegável: cinco títulos da Liga dos Campeões, conquistas nas cinco grandes ligas europeias e agens por Milan, Chelsea, PSG, Bayern e Real Madrid.
A estreia de Ancelotti será já nas próximas rodadas das Eliminatórias, contra Equador e Paraguai. A missão: resgatar a confiança, dar uma identidade à seleção e tentar, enfim, apagar o gosto amargo deixado pelas campanhas frustrantes desde 2002.
Com isso, o Brasil, dono da camisa mais vitoriosa do planeta, escreve um novo e ousado capítulo em sua história — que, curiosamente, não é tão inédito quanto a CBF quer fazer parecer.
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