Coxim Atlético Clube abandona atletas após rebaixamento e vive crise nos bastidores

A situação caótica gerou revolta entre os atletas e culminou até mesmo em um furto de televisão, que levou um jogador à prisão.

A temporada do Coxim foi marcada por uma gestão desorganizada e cheia de problemas istrativos.

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Após a derrota para o Naviraiense, que decretou o rebaixamento do time no último domingo (2), os atletas foram informados de que estavam dispensados. (Foto: Reprodução/Coxim)

Coxim, MS, 07, (AFI) – O Coxim Atlético Clube (CAC) enfrenta uma das piores crises de sua história. Após ser rebaixado no Campeonato Sul-Mato-Grossense, jogadores e membros da comissão técnica foram abandonados sem salários, alimentação ou agens para retornar às suas cidades de origem. A situação caótica gerou revolta entre os atletas e culminou até mesmo em um furto de televisão, que levou um jogador à prisão.

ATLETAS ABANDONADOS

Após a derrota para o Naviraiense, que decretou o rebaixamento do Coxim no último domingo (2), os jogadores foram informados de que estavam dispensados. No entanto, muitos deles alegam que ficaram sem receber os valores acordados, sem alimentação no alojamento e sem condições financeiras para comprar agens de volta.

A crise se agravou quando Juninho, um suposto representante do clube, foi até o alojamento e retirou até mesmo a pouca carne que havia na geladeira. Em áudio enviado ao Edição MS, um dos atletas relatou a cena de abandono:

“Levaram tudo, não temos mais nada. Estamos sem dinheiro, sem comida e sem resposta do presidente do clube.”

Na imagem enviada pelos jogadores, o único alimento que restava era um saco de ossos. Além disso, muitos atletas afirmam que gastaram do próprio bolso para se manter durante a competição, com relatos de despesas individuais acima de R$ 4 mil.

PRISÃO DE JOGADOR

Diante da situação de descaso, o jogador G.S.A., de 25 anos, decidiu levar uma televisão de 42 polegadas do alojamento como forma de “pagamento”. Ele foi flagrado tentando sair da cidade com o aparelho em um ônibus rumo ao Rio de Janeiro, sua cidade natal. O atleta foi detido pela polícia em Rio Verde de Mato Grosso e encaminhado à 1ª Delegacia de Polícia de Coxim.

O dono do rancho que serviu de alojamento registrou a ocorrência e confirmou que os jogadores estavam em situação precária após o rebaixamento.

O presidente do Coxim Atlético Clube, Antônio Magalhães, negou que os jogadores tenham sido abandonados e afirmou que todos foram pagos e deveriam ter deixado o alojamento no domingo.

“Tinha um acordo de que eles ficariam até domingo. Alguns queriam estender a estadia até o dia 15 ou 17, mas o dono do alojamento não aceitou mais.”

Apesar da justificativa, os atletas seguem sem resposta da diretoria e sem apoio financeiro para saírem da cidade. O presidente e outros dirigentes não atendem mais as ligações dos jogadores.

FALTA DE PLANEJAMENTO

A temporada do Coxim foi marcada por uma gestão desorganizada e cheia de problemas istrativos. O clube tentou inovar ao trazer o técnico Claudio Racino, um argentino sem experiência no futebol brasileiro, e até mesmo um jogador francês-colombiano, Alessandro Romani, que ficou fora das primeiras partidas por falta de visto.

Além disso, a Prefeitura de Coxim se recusou a rear verba ao clube, pois a diretoria não prestou contas do termo de fomento de 2024, deixando o time inadimplente. O prefeito Edilson Magro (PP) criticou publicamente a falta de responsabilidade dos dirigentes.

O Coxim Atlético Clube já viveu dias melhores. Fundado em 2002, o clube conquistou o Campeonato Sul-Mato-Grossense de 2006, seu único título da Série A. Nos últimos anos, porém, o time tem enfrentado dificuldades. Em 2023, chegou às quartas de final, mas foi eliminado pelo Corumbaense.

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