Cria do Parque Brasília, João Silva conta como a Liga Campineira o levou ao Sub-20 da Ponte Preta
Atacante foi destaque nas duas edições da Liga Campineira pelo Parque Brasília, virou referência fora de campo e hoje defende a Macaca no Brasileirão Sub-20.

Campinas, SP, 17, (AFI) – O sonho de vestir uma camisa de clube profissional muitas vezes começa longe dos holofotes. Para João Silva, atacante do Sub-20 da Ponte Preta, tudo começou no Parque Brasília, bairro onde cresceu e se apaixonou pelo futebol.
RUMO AO ESTRELATO
Cria da várzea campineira, ele trilhou seu caminho a partir da Liga Campineira Sub-20, onde não só se destacou como também se tornou referência.
“Minha história com o Parque vem desde pequeno. Nasci e fui criado no bairro. Sempre fui torcedor do time antes mesmo de jogar. Quando surgiu a ideia de montar o Sub-20, aquilo abriu muitas portas”, contou João, com exclusividade.

E foram portas realmente importantes: João brilhou nas duas edições da Liga Campineira que disputou pelo Parque. Na primeira, foi artilheiro e campeão. Na segunda, mesmo com uma lesão que o tirou de parte da competição, voltou a ser o goleador da equipe e bicampeão. O desempenho chamou atenção, e o garoto foi convidado para um teste na Ponte Preta. ou — e ficou. Hoje, é nome certo no elenco do Sub-20 da Macaca, que disputa o Campeonato Brasileiro da Série B da categoria.
“Através do Sub-20 do Parque, consegui esse teste na Ponte. E, graças a Deus, tô até hoje aqui. A humildade é a chave, irmão. Sempre com o pé no chão, com alegria, mas também com seriedade”, completou o atacante.
FORA DAS QUATRO LINHAS

Atualmente, mesmo sem poder entrar em campo pela Liga — por conta dos compromissos com a Ponte —, João segue presente no dia a dia do elenco do Parque. No banco de reservas, no treino, no grupo de mensagens. Onde ele estiver, há sempre uma palavra de incentivo.
“Hoje eu tô do lado de fora, ajudando a comissão, trazendo jogador, apoiando. A gente transmite energia boa pros meninos. Mesmo sem poder jogar, quero que eles sintam que eu tô com eles. Que é possível chegar mais longe.”
Essa presença fora das quatro linhas é valorizada por todos do elenco, que vêem no camisa 9 uma inspiração real. Alguém que saiu dali, venceu barreiras e agora joga um Brasileirão Sub-20 com a camisa de um clube tradicional como a Ponte Preta — que, inclusive, enfrenta o Vitória nas quartas de final da Série B da competição nacional, no próximo dia 21, no Barradão.
GRATIDÃO ETERNA
A história de João é daquelas que renovam a esperança nos campos da região de Campinas. Ele sabe da responsabilidade que carrega e se orgulha disso.
“Me sinto muito grato ao Parque, ao meu tio e técnico Tagira, que sempre acreditou em mim, ao Jacaré, da Torcida Jovem, que me deu muito apoio…Também sou muito grato à minha Vó Tinha, ao Tio Porquinho, ao Lindomar e aos meus pais Reginaldo e Juliana, que sempre estiveram comigo. Eu acho que posso, sim, ser inspiração. Mas tudo com os pés no chão. Mostrando que, com Deus, tudo é possível.”
Dentro da Ponte, João fala com brilho nos olhos. “Quando coloco essa camisa, não jogo só por mim. Jogo por quem me ajudou, por quem acreditou em mim. Pelo Parque, pelo Jacaré, pelo Tagira, pela minha família. E a gente tá fazendo o máximo. Nosso grupo é unido e forte porque é humilde.”
E é nessa humildade que João quer seguir trilhando seu caminho. Enquanto sonha com o título nacional com a Ponte Preta, ele continua sendo espelho para os meninos da Liga Campineira.