Dança das cadeiras: seis demissões marcam o futebol brasileiro nas Séries B, C e D
O fim de semana foi de movimentação intensa nos bastidores do futebol brasileiro, com demissões em sequência que atingiram clubes das Séries B, C e D.

São Paulo, SP, 03, (AFI) – O futebol brasileiro segue seu tradicional e implacável calendário, e o último fim de semana foi mais uma prova disso: seis treinadores perderam seus cargos nas divisões inferiores nacionais, todos pressionados pelos maus resultados e pelo risco iminente de rebaixamento.
A Série B liderou o ranking de mudanças, com Athletic, Paysandu e América-MG optando por trocas no comando técnico, enquanto a Série C viu a queda de Roberto Cavalo no Itabaiana. Na Série D, Renato Peixe não resistiu à sequência de tropeços e deixou o Cianorte.
Mesmo trabalhos que pareciam sólidos ou que carregavam o peso da história recente, como os casos de Roger Silva no Athletic e Roberto Cavalo no Itabaiana, não resistiram à pressão. Já outros treinadores, como Luizinho Lopes no Paysandu e William Batista no América-MG, não conseguiram reverter o mau momento das equipes e acabaram sendo alvos naturais das reformulações.
INÍCIO DECEPCIONANTE DO ATHLETIC
O Athletic comunicou nesta segunda-feira (2) a saída de Roger Silva, técnico responsável pelo maior feito da história recente do clube: o o inédito à Série B do Campeonato Brasileiro. Mas a realidade da competição foi dura. Em dez jogos, o time conquistou apenas seis pontos, com oito derrotas e ocupando a 18ª colocação, dentro da zona de rebaixamento. A derrota para o Cuiabá, no Independência, foi o estopim para que Roger, aos 39 anos, entregasse o cargo, encerrando uma trajetória marcada também por conquistas estaduais, como o bicampeonato do Mineiro do Interior (2022 e 2023), a Recopa Mineira (2023) e o Troféu Inconfidência (2024).
Mesmo após o o, a permanência de Roger chegou a ser questionada, mas o técnico havia renovado contrato até 2025, mostrando confiança mútua entre as partes. Agora, o Athletic corre contra o tempo para encontrar um substituto e já abriu conversas com Marquinhos Santos, experiente treinador que acumula agens por Náutico, Ceará, América-MG e outros clubes. A diretoria busca fechar rapidamente com um profissional que consiga reagrupar o elenco e tirar o time da zona da degola.
PAYSANDU NA LANTERNA
Em crise na Série B, o Paysandu também optou por mudar o comando técnico após a derrota por 1 a 0 para o Criciúma, que ampliou a série negativa para dez jogos sem vencer. Luizinho Lopes foi demitido logo após o revés, deixando o Papão na última colocação, com apenas quatro pontos conquistados e nenhuma vitória em dez partidas. A inoperância ofensiva é um dos principais problemas do time: apenas cinco gols marcados contra 13 sofridos, o pior ataque da competição.
Apesar da campanha trágica na Série B, Luizinho acumulava um retrospecto geral até razoável no clube: em 25 jogos, somou sete vitórias, nove empates e nove derrotas. O contraste entre os números gerais e o desempenho na competição nacional pesou na decisão da diretoria. O nome de Roger Silva, recém-demitido do Athletic, surgiu como uma das possibilidades para assumir o Papão e foi bem recebido internamente. No entanto, a diretoria bicolor avalia outras opções antes de definir o novo comandante.
AMÉRICA-MG QUER SALVAR A TEMPORADA
No América-MG, a derrota por 1 a 0 para o Volta Redonda foi a gota d’água para a demissão de William Batista, que não resistiu à pressão após uma campanha irregular na Série B. Contratado em dezembro com a missão de conduzir o Coelho de volta à elite, William acumulou oito vitórias, sete empates e oito derrotas em 23 partidas. A queda do rendimento colocou o time próximo da zona de rebaixamento, o que fez a diretoria agir rapidamente.
Apesar da demissão, William Batista deixa um legado importante nas categorias de base do América. Ele iniciou sua trajetória no clube em 2019, onde comandou o Sub-15 e depois o Sub-20, sendo campeão mineiro em 2021 e vice em 2022. Em 2023, chegou a liderar o time principal em algumas partidas e, após experiência no Vasco, retornou para assumir definitivamente o Coelho nesta temporada. Para o lugar de William, o América apostou na segurança de Enderson Moreira, que fará sua terceira agem pelo clube, com o objetivo de reorganizar a equipe e retomar o caminho das vitórias.
ITABAIANA RECALCULA ROTA
Na Série C, o Itabaiana também optou por uma troca no comando técnico, demitindo Roberto Cavalo após a derrota que manteve o time sergipano na zona de rebaixamento. Em oito rodadas, o Tricolor da Serra venceu apenas duas vezes, empatou uma e perdeu cinco, ocupando a 17ª colocação. O rendimento fraco pesou mais do que o reconhecimento pelo o histórico conquistado pelo técnico na temporada ada.
Roberto Cavalo havia comandado o Itabaiana ao retorno à Série C após um jejum de 20 anos, além de ter levado o clube ao vice-campeonato sergipano em 2025, assegurando vaga na próxima Copa do Brasil. Ainda assim, a diretoria avaliou que a permanência do treinador poderia comprometer a permanência do clube na Série C e decidiu pela mudança, mesmo sem anunciar ainda quem será o substituto.
CIANORTE EM SEQUÊNCIA NEGATIVA
Por fim, na Série D, o Cianorte comunicou a demissão de Renato Peixe após quatro partidas sem vitória, incluindo a derrota por 3 a 2 para o Goiatuba, dentro de casa, no último sábado (31). Curiosamente, o time paranaense segue no G4 do Grupo 7, ocupando a 4ª colocação com 10 pontos, mas a oscilação recente e o temor de uma queda na tabela motivaram a diretoria a agir preventivamente.
Renato Peixe deixa o Cianorte com um aproveitamento de 47% na Série D — duas vitórias, quatro empates e uma derrota. Além dele, foram desligados o auxiliar-técnico Nívio Caetano e o analista de desempenho Rafael Pinheiro. Esta foi a segunda demissão de Peixe em 2025: no início do ano, ele já havia perdido o cargo no Comercial, durante o Paulistão Série A3. Mesmo assim, o técnico tem no currículo o o com o EC São Bernardo, em 2020, na Série A3 paulista. Agora, o Cianorte busca um novo comandante para manter a equipe entre os classificados e seguir sonhando com o o.
NÃO SOBRA UM
O fim de semana foi de movimentação intensa nos bastidores do futebol brasileiro, com demissões em sequência que atingiram clubes das Séries B, C e D.
Agora, os dirigentes correm contra o tempo para definir novos comandantes que possam reorganizar os elencos e recolocar os clubes nos trilhos ainda na primeira metade da temporada. Resta saber se as mudanças surtirão efeito ou se as crises se aprofundarão com o avanço das rodadas.
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