Campinas, SP, 08 (AFI) – No Brasil, onde futebol e religião são duas paixões nacionais, até mesmo os mais altos representantes da Igreja Católica têm seus clubes do coração. Os cardeais brasileiros, que compõem o seleto grupo de prelados que votaram na escolha do novo papa, também carregam suas preferências nos gramados — muitas vezes com orgulho e bom humor.

O arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, por exemplo, é torcedor do Internacional, reforçando a rivalidade gaúcha no alto clero. Já o arcebispo emérito de Brasília, Dom João Braz de Aviz, carrega o verde do Palmeiras, time que também é o preferido de Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador.

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No norte do país, o arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Ulrich Steiner, tem como clube o Criciúma, refletindo suas raízes em Santa Catarina. Em São Paulo, o cardeal Dom Odilo Scherer, figura importante no episcopado nacional, revela simpatia por dois clubes: Athletico-PR e Santos, o mesmo time do arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta.

No Distrito Federal, o atual arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, torce para o Vasco, enquanto o arcebispo emérito de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, hoje sem direito a voto no conclave por conta da idade, é declarado torcedor do Botafogo.

PAPA FRANCISCO

A relação entre Igreja e futebol não é nova — e tem como exemplo maior o próprio Papa Francisco, torcedor fervoroso do San Lorenzo, da Argentina. Ainda como arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio acompanhava partidas do clube e era conhecido por guardar ingressos e camisas como relíquias. Desde que se tornou pontífice, nunca escondeu seu carinho pelo time do coração, tornando-se uma das figuras públicas mais emblemáticas da união entre fé e futebol.

Em um país onde a bola rola com fervor em todos os cantos, a devoção dos cardeais aos seus clubes é mais uma prova de que, mesmo nas alturas do Vaticano, o futebol continua sendo parte inseparável da identidade brasileira.

Os times dos cardeais brasileiros:

Dom Jaime Spengler (arcebispo de Porto Alegre): Internacional
Dom João Braz de Aviz (arcebispo emérito de Brasília): Palmeiras
Dom Leonardo Ulrich Steiner (arcebispo de Manaus): Criciúma
Dom Odilo Scherer (arcebispo de São Paulo): Athletico-PR e Santos
Dom Orani João Tempesta (arcebispo do Rio de Janeiro): Santos
Dom Paulo Cezar Costa (arcebispo de Brasília): Vasco
Dom Raymundo Damasceno Assis* (arcebispo emérito de Aparecida-SP): Botafogo
Dom Sergio da Rocha (arcebispo de Salvador): Palmeiras
* Não pode votar no conclave, mas pode ser eleito papa

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