Em boa fase, Vitor Roque explica auxilio de psicólogos do Palmeiras

Com três gols em 15 jogos pelo Verdão, Roque já superou os números no Barcelona, onde marcou duas vezes em 16 partidas.

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Desde que voltou ao Brasil, Roque vinha enfrentando dificuldades para se readaptar. (Reprodução/SEP)

São Paulo, SP, 14, (AFI) – De volta ao futebol brasileiro após agem apagada pelo Barcelona e empréstimo ao Betis, Vitor Roque começa a mostrar por que chegou ao Palmeiras com status de joia. O centroavante marcou seu terceiro gol consecutivo na vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo, no último domingo (12), na Arena Barueri, e mostrou que a fase ruim ficou para trás.

O gol, nos acréscimos da partida, teve sabor especial. Além de garantir mais três pontos e manter o Verdão na liderança do Campeonato Brasileiro, com 19 pontos, a comemoração de Roque teve um nome marcado na atadura do punho: “Te amo, Hercília”, em referência à mãe, homenageada no Dia das Mães.

VESTIÁRIO INFLAMADO

Antes do clássico, o técnico Abel Ferreira propôs aos jogadores que escrevessem o nome das mães nas mãos ou faixas, como forma de motivação extra. O elenco abraçou a ideia. Raphael Veiga, Facundo Torres, Aníbal Moreno e Allan entraram com a mão marcada. Outros, como Richard Ríos e o próprio Vitor Roque, optaram pela atadura. O treinador também participou, com o nome “Carolina” escrito na mão.

Mas o bom momento do atacante não se explica apenas por gestos simbólicos. Desde que voltou ao Brasil, Roque vinha enfrentando dificuldades para se readaptar. Foram doze jogos sem marcar e dois gols anulados até balançar as redes contra o Vasco. Depois, desencantou também contra o Cerro Porteño e agora, diante do São Paulo.

SENTIDO MENTAL

O estalo veio com resiliência, paciência e apoio psicológico. A psicóloga Gisele Silva, que está no Palmeiras desde 2009, vem trabalhando de forma alinhada com a comissão técnica para ajudar o jogador a retomar a confiança. Segundo Roque, algumas “técnicas secretas” fizeram a diferença nos últimos jogos.

– Ela me ajuda bastante, tem umas técnicas que usamos, e no jogo do Cerro Porteño, por exemplo, fui perguntar para ela qual seria a técnica ideal – revelou o jogador.

A confiança do grupo também fez diferença. Abel chegou a usá-lo como exemplo de superação no vestiário da partida no Paraguai. Mesmo tendo perdido uma chance clara no primeiro tempo, o camisa 9 insistiu, brigou e fez o gol que garantiu a classificação às oitavas da Libertadores.

– Ele deu o exemplo. Resiliência. Cabeça na parede, o que faço agora? Continuar, continuar… e aos 90 e poucos consegue. Jogo de Libertadores é para competir. Juntos – disse Abel.

GRUPO UNIDO

Além do apoio emocional, a responsabilidade ofensiva vem sendo dividida. Jogadores como Emi Martínez, Ríos, Gómez, Estêvão, Facundo e Flaco López também têm contribuído com gols, o que ajuda a tirar a pressão dos atacantes. No grupo, a palavra é união. “Não há vaidade”, como definiram Lucas Evangelista e Bruno Fuchs.

Com três gols em 15 jogos pelo Verdão, Roque já superou os números no Barcelona, onde marcou duas vezes em 16 partidas. Mesmo assim, mantém os pés no chão:

– Futebol é sequência. Às vezes eu marco, estou feliz. Se o um, dois, três jogos sem marcar, volta a pressão. Mas atacante vive de gols. É aproveitar o momento.

No Palmeiras, ele está fazendo isso com personalidade, ajuda profissional e, principalmente, com o carinho de quem sempre esteve ao seu lado.

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