Júnior Rocha tem culpa sim, mas o que esperar do elenco mal montado do Guarani?
Júnior Rocha tentou 'tirar leite de pedra' e promoveu algumas mudanças equivocadas. Torcida está brava mesmo é com a diretoria do Guarani.
A demissão do treinador Júnior Rocha foi vazada após o jogo, mas o profissional foi para a coletiva alegando desconhecer a citada informação

BLOG DO ARI
Campinas, SP, 9 (AFI) – Quando o Guarani perdeu para a Chapecoense por 1 a 0, em Campinas, na segunda partida desta Série B do Brasileiro, o então treinador Claudinei Oliveira sequer foi para a entrevista coletiva pós-jogo, ocasião que o presidente do clube, André Marconatto, ocupou o espaço para fazer apenas um pronunciamento. (Júnior Rocha foi demitido)
Após a derrota para o Operário por 1 a 0, na tarde/noite deste sábado, no Estádio Brinco de Ouro, a Rádio Bandeirantes Campinas cravou informação vazada da demissão do treinador Júnior Rocha, mas o profissional foi para a entrevista coletiva alegando desconhecer a citada informação. “Se soubesse nem estaria aqui”, foi a resposta na primeira pergunta.
Esse assunto teria desdobramento e aguardava-se pronunciamento da atual diretoria, quer para sustentá-lo no cargo, quer para confirmar a saída dele do clube. (Júnior Rocha foi demitido)
POUCO MUDOU
Se é que se pode itir alguma melhora de rendimento do Guarani, a partir dos 15 minutos do segundo tempo, quando teve mais posse de bola, isso se deve, em parte, ao ‘sonolento’ treinador do Operário Rafael Guanaes, que em vez de revigorar a marcação no meio de campo, foi trocar um centroavante por outro, com a saída de Daniel Lima para entrada de Ronaldo, aos 22 minutos.
O período de predomínio do Guarani ocorreu devido à desgastes físicos de jogadores do Operário, como o meia Pedro Lucas e atacante Maxwell, ocasião que ou a perder os rebotes e ficou sem transições de jogadas ao ataque.
Todavia, a inoperância do Guarani refletiu em não aproveitar maior posse de bola, pois faltou-lhe criatividade no setor ofensivo, exceto algumas individualidades do atacante Airton, como aos 53 minutos do segundo tempo, quando exigiu defesa difícil do goleiro Rafael Santos.
A rigor, além desse lance, o Guarani ameaçou em apenas mais dois: logo no início da partida, quando Marlon escapou pela esquerda, fez o cruzamento rasteiro, mas dois chutes consecutivos do centroavante Luccas Paraizo foram fracos, para defesas do goleiro Rafael Santos. Depois, aos 37 minutos do segundo tempo, em e de um atacante para outro, quando Reinaldo colocou Caio Dantas na cara do gol, mas o chute foi torto.
Além disso, o torcedor bugrino até chegou a comemorar suposto gol de empate, em cruzamento de Reinaldo e complemento de Airton, mas o VAR flagrou posição de impedimento de Reinaldo e invalidou o lance, aos 49 minutos.
CHANCES DO OPERÁRIO
Afora esses citados lances do Guarani, por duas vezes, em arremates, o Operário colocou bola na trave adversária, com Maxwell e Joseph, uma em cada tempo.
O volume do Operário foi tão flagrante durante o primeiro tempo que, antes do belo gol de voleio de Maxwell, aos 40 minutos, o zagueiro bugrino Pedro Henrique já havia travado finalização bem direcionada de Daniel Lima.
ERROS DE JÚNIOR ROCHA
O primeiro erro do treinador bugrino Júnior Rocha foi falta de leitura do estilo de jogo do adversário.
Calculou que o Operário fosse concentrar vários jogadores no ataque, mas na prática apenas dois se fixaram no setor e, no processo natural de evolução, meio-campistas e laterais foram se aproximando.
Isso indicou que a formação da equipe bugrina com três zagueiros em linha recuada, durante o primeiro tempo, serviu para deixar espaços para o adversário trabalhar a bola a partir do meio de campo, com tarefa incumbida de marcação apenas aos volantes Anderson Leite e Matheus Bueno.
E mais: se Júnior Rocha imaginou liberdade para os seus laterais se transformarem em ala, se equivocou.
Na esquerda, Jefferson é fraco no apoio ao ataque. A improvisação de João Victor, como lateral-direito, também foi infrutífera.
Não bastasse isso, a linha alta de marcação do Operário na saída de bola do Guarani, o direcionava a erros: ora com zagueiros rifando a bola, ora com es errados.
Isso resultou no predomínio do Operário, que levava a bola com facilidade até a chegada ao último terço do campo, faltando, entretanto, qualidade à sua postura ofensiva para definições nas jogadas.
SITUAÇÃO PERIGOSA
Na lanterna com quatro pontos, as perspectivas são pessimistas ao Guarani até a abertura da janela para contratações, a partir de dez de julho.
Isso provoca clima de revolta em seus torcedores, como constatado após o jogo deste sábado.
A tabela desta Série B do Brasileiro lhe reserva como próximo desafio o Avaí, na próxima sexta-feira, em Florianópolis.
Considerando-se o retrospecto do clube catarinense, que antes do início desta rodada era de cinco vitórias consecutivas, a tarefa bugrina de recuperação será difícil.