Justiça suspende eleição na Federação de Mato Grosso
Presidente Aron Dresch é acusado de não cumprir estatuto e de tentar terceiro mandato para se consolidar no poder da FMF.
A juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 4ª Vara Cível de Cuiabá, ratificou uma decisão anterior, que já tinha suspenso a eleição marcada para dia 3 de maio

Cuiabá, MT, 6 (AFI) – A disputa pela presidência da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) acabou indo para um caminho que parecia inevitável: nas mãos da justiça. A eleição, inicialmente marcada para dia 10 (sábado) não poderá ser realizada.
A decisão foi tomada pela juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 4ª Vara Cível de Cuiabá, nesta terça-feira, ao ratificar uma decisão anterior, que já tinha suspenso a eleição marcada para dia 3 de maio, no último fim de semana.
Caso ocorra o descumprimento da decisão, a FMF será obrigada a pagar multa diária de R$ 10 mil, limitada ao máximo de R$ 200 mil. Segundo a juíza existem vícios no processo eleitoral, que tem sido conturbado desde seu início.
EM CIMA DE LIMINAR
A medida atendeu ação impetrada pela Associação Camponovense Celeiro de Futebol, que foi excluída pela direção da FPF, de participar do pleito. Mas os motivos vão muito além disso, inclusive, a total legitimidade do candidato Aron Dresch, que tenta seu terceiro mandato.
O processo eleitoral também não estabelece um prazo para impugnação de clubes votantes e nem de chapas concorrentes, resultado da formação irregular de uma ‘comissão eleitoral’, que estaria vinculada ao Centro Brasileiro de Mediação de Arbitragem (CBMA). Todas irregularidades agridem o estatuto da entidade.
CARTOLA NOTIFICADO
Diante do quadro caótico, repleto de vícios e irregularidade, a juíza determinou que o atual presidente, Aron Dresch, seja pessoalmente notificado de suas decisões.
O objetivo, segundo consta na decisão da juíza, se deve para que o mesmo dirigente “se abstenha de praticar qualquer ato relacionado ao processo eleitoral da entidade enquanto vigente esta decisão”.

foto: Reprodução
DECISÃO RATIFICADA
Esta já é a segunda decisão tomada, por um magistrado diferente, relativo à eleição. A primeira suspendeu a votação que ocorria no dia 3 de maio, sob alegações consideradas graves: a fraude em documentos e o descumprimento do estatuto.
Esta primeira decisão ‘liminar’ foi proferida pela juíza Glenda Moreira Borges, do Plantão Cível de Cuiabá.
SEDE PELO PODER?
Aron Dresch tem sido contestado por um grupo de dirigentes, que representam seus clubes, por tentar seu terceiro mandato, embora só pudesse ter uma reeleição.
Além da chapa de situação, intitulada “Progresso no Futebol”, existe uma contrário liderada pelo empresário e jornalista João Dorileo Leal, denominada de “Federação para Todos”. Ele comanda o Mixto desde 2022 e luta para o que chama de ‘A Ditadura Dresch’.