Maricá celebra vitória e história de superação de Gutemberg na Série D

Ao fim da partida, ainda comovido, o atacante refletiu sobre sua trajetória

O atacante Gutemberg viveu um dos momentos mais marcantes da carreira

Maricá celebra vitória e história de superação de Gutemberg na Série D (Foto: Bruno Maia/Maricá)
Maricá celebra vitória e história de superação de Gutemberg na Série D (Foto: Bruno Maia/Maricá)

Rio de Janeiro, RJ, 22 (AFI) – No último sábado, pela quarta rodada da Série D do Campeonato Brasileiro, o atacante Gutemberg viveu um dos momentos mais marcantes da carreira. Com o gol que garantiu a vitória do Maricá-RJ sobre o Pouso Alegre-MG, no Estádio João Saldanha, o jovem jogador não apenas deu os três pontos ao Tsunami como também realizou um sonho de infância.

“Como um menino de favela, de comunidade… independente se era Série D, Série C ou Série A, eu queria meter um gol no Brasileiro. É a realização de um sonho pra quem vem de baixo como eu”, declarou Gutemberg, criado no Complexo da Maré, uma das maiores comunidades do Rio de Janeiro.

Maricá celebra vitória e história de superação de Gutemberg na Série D (Foto: Bruno Maia/Maricá)
Maricá celebra vitória e história de superação de Gutemberg na Série D (Foto: Bruno Maia/Maricá)

A emoção do gol ultraou as quatro linhas. Ao fim da partida, ainda comovido, o atacante refletiu sobre sua trajetória e os desafios enfrentados desde os primeiros os no futebol.

“Só a minha família sabe o que eu ei”, desabafou o autor do gol que levou o Maricá à terceira colocação no Grupo A6 da Série D. No momento, o clube azul, branco e vermelho é o melhor representante do Rio de Janeiro na competição.

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DESTAQUE DO MARICÁ

A caminhada de Gutemberg no futebol começou aos 12 anos, em testes no Flamengo. Depois, ou por clubes como Vasco, Boavista, Olaria e Madureira, onde estreou profissionalmente. No entanto, a jornada foi marcada por obstáculos. Um deles foi o preconceito com seu porte físico.

“No início da minha carreira, sofri muito preconceito por causa do meu porte físico, da altura e estrutura. Achavam que eu era muito franzino para ser jogador profissional. Mas minha família sempre me apoiou, independentemente dessas coisas”, contou o atacante, hoje com 60 quilos distribuídos em 1,69 metro, resultado de um trabalho intenso de fortalecimento físico.

A base de sustentação sempre foi a família. “Se eu estou aqui até hoje, primeiramente foi por Deus, que me deu força, sabedoria e o dom. Depois, minha família e minha esposa Jamilly, que nunca me deixaram desistir”, afirmou.

MOMENTO ESPECIAL

Um episódio especial na véspera do jogo contra o Pouso Alegre reforçou a fé e os laços familiares que acompanham Gutemberg. “Antes de eu me apresentar no hotel, meu padrasto, o Cláudio, pegou minha chuteira e começou a orar na varanda. Ali eu falei: hoje meu gol vem. E veio.”

O próximo desafio do Maricá será novamente em casa, no Estádio João Saldanha, neste sábado, às 16h, diante do Porto Vitória, do Espírito Santo.

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