Piracicaba, SP, 17 (AFI) – O cantor MC Ryan voltou ao estádio Barão da Serra Negra, em Piracicaba, nesta sexta-feira (17), para pedir desculpas públicas ao XV de Piracicaba e à torcida do clube. No fim de abril, durante um evento realizado no local, o artista entrou no campo com uma Lamborghini e realizou manobras bruscas — como cavalos de pau — que danificaram o gramado. Ele foi detido por dano ao patrimônio público e por dirigir sem habilitação.

“Queria aqui deixar o meu pedido de desculpas ao XV, a todos os piracicabanos. Eu não tive a intenção de fazer arruaça. Achei que o espaço era destinado a estacionamento”, declarou o funkeiro, que se reuniu com dirigentes do clube. A ação de reparo incluiu o pagamento de R$ 948 mil ao XV de Piracicaba, valor que será usado para a reforma completa do campo principal.

O presidente do XV, Matheus Bonassi, elogiou a postura do artista ao reconhecer o erro. “Errar, todos nós erramos. Mas a atitude de pedir perdão, reparar o dano, é para poucos. Isso enobrece a pessoa que você é”, afirmou. Ele ainda destacou que, com o recurso pago por Ryan, o clube poderá contar com um gramado novo. “Vai ser feito por uma empresa de alto padrão. O XV vai ganhar um campo novo”, garantiu.

O clube informou que as obras devem começar na próxima segunda-feira (20), com previsão de término até o início da Copa Paulista. A expectativa é que o gramado esteja em condições para o jogo de estreia do XV em casa, no fim de semana de 22 de junho.

Segundo a advogada Mayra Esteves de Moura, representante da produtora do evento, a manobra feita pelo cantor não foi previamente acordada. “Foi combinado que ele estacionaria em uma área indicada pelo clube, na pista de atletismo. Mas, ao chegar lá, ele acelerou e entrou no campo. Pedimos que ele parasse, mas ele não obedeceu”, relatou.

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A Justiça determinou a apreensão da Lamborghini, avaliada em R$ 3 milhões. Com o ressarcimento dos danos, o advogado do cantor, Dr. Daniel Pacífico, afirmou que já solicitou a liberação do veículo, embora a decisão ainda não tenha sido tomada até o fim da tarde desta sexta.

Pacífico explicou que o caso se enquadrou no chamado “acordo de não persecução penal”, previsto em lei para delitos com penas mais brandas. O cantor, que confessou os crimes, pagará ainda 60 salários mínimos a uma instituição beneficente a ser definida pela Justiça. Com isso, ele não será processado criminalmente, nem precisará pagar a fiança de R$ 1 milhão estipulada na detenção.