Nova perícia aponta injúria racial de vice-prefeito contra segurança do Palmeiras; inquérito se aproxima do fim

O documento conclui que Marcondes utilizou a palavra “macaco” ao se dirigir a um segurança do clube durante uma confusão ocorrida no dia 23 de fevereiro

O material, elaborado por um instituto de perícias de Curitiba, tem 21 páginas e foi entregue à investigação nesta terça-feira (20)

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Fábio Marcondes é vice-prefeito de São José do Rio Preto | Divulgação/CMSJRP

São Paulo, SP, 22 – Um novo laudo pericial contratado pelo departamento jurídico do Palmeiras reforçou a acusação de injúria racial contra o vice-prefeito de São José do Rio Preto (SP), Fábio Marcondes (PL). O documento conclui que Marcondes utilizou a palavra “macaco” ao se dirigir a um segurança do clube durante uma confusão ocorrida no dia 23 de fevereiro, após a partida entre Palmeiras e Mirassol, pelo Campeonato Paulista.

O material, elaborado por um instituto de perícias de Curitiba, tem 21 páginas e foi entregue à investigação nesta terça-feira (20). O conteúdo analisa em detalhes o áudio de um vídeo captado pela TV TEM, afiliada da TV Globo na região. Nas imagens, é possível ver o momento em que Marcondes, visivelmente exaltado, insulta o funcionário do Palmeiras com a palavra “lixo”. Em seguida, quando já está de costas para a câmera, ouve-se uma fala isolada, imediatamente rebatida por um dos seguranças com a frase: “Racismo, não”.

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Segundo a nova perícia, a análise fonética indicou com clareza a formação da palavra “macaco”, destacando a presença da consoante “m” nasalizada, compatível com o ataque silábico típico do termo. Ainda de acordo com os peritos, não há indícios de edição no vídeo que possam ter distorcido o conteúdo original.

MAIS DETALHES

Essa nova conclusão contrasta com um laudo inicial produzido pelo Instituto de Criminalística de São Paulo, que havia identificado a palavra “paca” como suposta fala de Marcondes. Na época, os peritos também apontaram termos como “véa” ou “véio” no registro. Diante da divergência, a Polícia Civil solicitou um exame complementar, mencionando que os elementos de cunho racista estavam “foneticamente audíveis”.

Marcondes, que já prestou depoimento na Delegacia Seccional de Rio Preto, nega qualquer atitude racista. Ao todo, a polícia ouviu 12 pessoas, incluindo testemunhas da confusão. A expectativa é que a nova perícia seja uma das últimas etapas do inquérito. Caso não haja novas diligências, os autos devem ser enviados ao Ministério Público e à Justiça de Mirassol.

Durante o avanço das investigações, Fábio Marcondes afastou-se três vezes do cargo de vice-prefeito e pediu exoneração do posto de secretário de Obras. Ele reassumiu a função cerca de 20 dias após o último afastamento.

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