Pedro Martins pede demissão do Santos após resistência interna
Pedro Martins acumulou as funções de CEO e diretor de futebol, liderando as contratações no início da temporada.

Santos, SP, 27, (AFI) – Pedro Martins não é mais CEO do Santos. O executivo pediu demissão do cargo no fim da manhã desta terça-feira (27), após meses de desgaste interno e pressão da torcida em meio à crise esportiva e istrativa vivida pelo clube.
Contratado em dezembro de 2024 para liderar a modernização do departamento de futebol, Martins não resistiu às resistências internas que barraram algumas de suas principais iniciativas, como demissões estratégicas e adoção de novos processos istrativos. Segundo apurou o ge, parte da diretoria queria deslocar o executivo para funções istrativas na Vila Belmiro, afastando-o da rotina do futebol no CT Rei Pelé, ideia que ele recusou.
CRISE E DESGASTE
A saída de Pedro Martins ocorre em meio ao péssimo momento do Santos na temporada. O clube foi eliminado da Copa do Brasil e figura na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Além disso, pesaram contra ele episódios como a multa milionária pela rescisão do técnico Pedro Caixinha — cerca de R$ 15 milhões, incluindo a comissão técnica — e a gestão do caso de indisciplina do atacante Gabriel Veron, que dividiu opiniões internamente.
Na condução desses episódios, Martins foi apontado como fiador da permanência de Caixinha e responsável pela manutenção de Veron no elenco, contrariando setores que defendiam o afastamento definitivo do atacante.
Outro ponto marcante do desgaste foi a entrevista coletiva dada por Martins em 15 de abril, na qual afirmou que “o saudosismo iria matar o Santos”. A declaração, que fazia parte de um discurso em defesa da modernização, causou grande incômodo entre conselheiros e torcedores, além de contribuir para o esfriamento das negociações com o técnico Jorge Sampaoli, então cotado para assumir o comando do time.
— O Santos ficou para trás dentro da indústria do futebol brasileiro — afirmou, na ocasião, apontando problemas crônicos e falta de integração entre os setores do clube.
A entrevista foi considerada um erro estratégico, já que expôs publicamente divergências internas que, segundo parte da diretoria, deveriam ter sido tratadas de forma reservada.
Após rumores de demissão, que Martins tentou conter com uma publicação enigmática no último dia 8 — uma imagem com a frase “Ainda Estou Aqui” —, o presidente Marcelo Teixeira havia negado qualquer saída. No entanto, o desgaste se tornou irreversível.
A diretoria trabalha agora para encontrar um novo profissional que assuma o comando do departamento de futebol.
BALANÇO DA AGEM
Pedro Martins acumulou as funções de CEO e diretor de futebol, liderando as contratações no início da temporada: chegaram o lateral-direito Leo Godoy, os zagueiros Zé Ivaldo e Luisão, os meias Zé Rafael, Rollheiser e Thaciano, além dos atacantes Deivid Washington, Tiquinho Soares, Barreal e Gabriel Veron.
Apesar dos investimentos, o desempenho em campo foi frustrante, com trocas de comando técnico: a demissão de Caixinha, a breve agem do interino César Sampaio e a chegada de Cleber Xavier não impediram a sequência negativa do time.
Agora, além de buscar uma nova liderança para o futebol, o Santos tenta resolver pendências jurídicas que podem culminar em mais um transfer ban, caso o clube não consiga negociar o pagamento da multa a Caixinha.