Presidente da FPF sobre clubes se tornarem SAF: "Irreversível eu acho muito forte, mas é sim o caminho"
Reinaldo Carneiro Bastos: "As pessoas que tinham o dinheiro e colocavam querem saber para onde está indo o dinheiro e esse é o caminho"
Presidente da FPF: "Eu não vejo nenhuma possibilidade de uma empresa ter sucesso se a cada três anos você troca o presidente e toda sua diretoria"

São Paulo, SP, 05 (AFI) – Um dos principais assuntos que toma conta do futebol nos últimos anos é a transformação dos clubes associativos em Sociedade Antônima do Futebol (SAF). O tema tem gerado opiniões favoráveis e contras à transformação de uma equipe em uma empresa. No fim do mês ado, o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, concedeu entrevista ao canal Máquina do Esporte, no YouTube e falou sobre o tema.
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O dirigente do futebol de São Paulo acredita que a transformação dos clubes associativos em SAFs seja algo sem volta. “Irreversível eu acho muito forte, mas é sim o caminho. Se analisarmos, Velo Clube e Noroeste são suas SAFs que tiveram o. Capivariano e Primavera são duas SAFs que tiveram o. Nós tivemos na final da Libertadores duas SAFs (Botafogo-RJ e Atlético-MG). Na final da Copa do Brasil, o Flamengo e uma SAF (Atlético-MG). O campeão brasileiro uma SAF”, comentou.
Reinaldo Carneiro Bastos acredita que o modelo de clube associativo não é atrativo para investidores. “Eu não vejo nenhuma possibilidade de uma empresa ter sucesso se a cada três anos você troca o presidente e toda sua diretoria. Vocês vão investir em alguém que você não sabe se daqui a três anos vai sentar na cadeira, gostou do projeto de vocês como quem assinou e gostou? Não se faz isso”, citou.
COMPARAÇÃO COM EXTERIOR
O presidente da FPF mencionou o que acontece em clubes do exterior para reforçar a importância da SAF. “Que clube que troca de presidente a cada três anos ou três anos e uma única reeleição e é sucesso lá fora na Europa? Que clube de dono nos Estados Unidos, muda de dono a todo momento e é um sucesso em qualquer tipo de esporte? Em uma empresa, se você não tiver um comando, uma linha…. você pode trocar uma peça, que até seja o presidente, mas o caminho está traçado e é por isso que eu vejo que essa alternância no poder não é benéfica para quem quer fazer um clube de futebol vencedor e com uma trajetória regular financeira”, frisou.
QUANDO FOI PRESIDENTE DO TAUBATÉ
Reinaldo Carneiro Bastos lembrou de como era o futebol para o dirigente quando foi presidente do Taubaté na década de 1980. “Quando fui presidente do Taubaté, quem bancava… não tinha cota da Federação, você pagava bola, arbitragem… zero, você pagava tudo e não tinha nada. Quem bancava o Taubaté eram comerciantes, industriais e profissionais autônomos de sucesso: médicos e advogados, que acreditavam no trabalho de quem estava dirigindo o clube, fazia a doação e tocava o clube.
O dirigente destacou que esses patrocinadores da época mudaram. “As coisas foram mudando, se transformando e o que aconteceu? Essas pessoas… primeiro… as grandes indústrias de Taubaté, que eram de taubateanos, elas diminuíram, mudaram e fecharam. Deixaram de existir algumas ou perderam a capacidade de investimento. Também os gestores dos clubes aram a perder credibilidade. Não só no Taubaté, como no interior inteiro, então as pessoas pararam de colocar dinheiro, pararam de investir no clube. As pessoas que tinham o dinheiro e colocavam querem saber para onde está indo o dinheiro e esse é o caminho”.
SABER PARA ONDE VAI O DINHEIRO
O presidente da Federação Paulista citou o modelo de SAF de quatro clubes que conquistaram os recentes e o perfil de seus investidores. “São pessoas da cidade que ao invés de botar dinheiro não sabe onde, aram a pôr dinheiro em algo que eles controlam e dominam, que possui o diretor financeiro, que resolve onde vão fazer o investimento e principalmente, o tamanho do investimento”.
Reinaldo Carneiro Bastos citou também o São José, que tem tido bons investimentos nas competições em que disputa. “O São José era um clube com enormes problemas financeiros e hoje é uma SAF. Ah não subiu, não significa que você vai subir, significa que você vai disputar um campeonato com chances de ser campeão e ter o o. Mas o principal, por que isso está acontecendo? Porque o interior de São Paulo está querendo colocar dinheiro em algo que ele tenha controle. Em Ribeirão Preto, o Botafogo é SAF e o Comercial é clube (associação), olha a distância de um para o outro”, apontou.
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