Carioca: Presidente do Fluminense critica grama sintética: 'Tem gente que prefere shows, eu prefiro títulos'
Mandatário não falou nada bem dos campos artificiais e cutucou o Botafogo
Dirigente concedeu entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (30), no CT Carlos Castilho

Rio de Janeiro, RJ, 30 (AFI) – O presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, atacou os gramados sintéticos nesta terça-feira (30). Em recado a rivais, o dirigente do time carioca afirmou que alguns clubes brasileiros estão mais preocupados em receber shows em seus estádios do que em brigar por títulos.
“Dizem que sintético diminui o custo. Meu amigo, se você tem um clube de futebol e não consegue manter um campo de grama, você não pode ter um clube de futebol. Vai ter que trabalhar com outra coisa. Se não, vira casa de show. E uma casa de show também atinge o critério desportivo. O clube deixa de jogar na sua casa para jogar em outra praça. Isso afeta desportivamente o campeonato e o próprio clube”, declarou Bittencourt.
Em uma longa entrevista coletiva, ele cutucou times rivais. “Vocês (jornalistas) deveriam perguntar aos clubes se fazer cinco shows paga um time de futebol. Se é melhor perder um título e fazer cinco shows. Eu prefiro ganhar títulos. Tem gente, de repente, que prefere fazer cinco shows.”
A polêmica sobre gramados sintéticos foi retomada no fim de semana em razão dos problemas na grama do Allianz Parque, durante o clássico entre Palmeiras e Santos, pelo Paulistão. Jogadores, o técnico Abel Ferreira e a própria direção palmeirense fizeram críticas à qualidade do gramado. Ainda na segunda-feira, o Palmeiras decidiu desfazer o contrato comercial que mantinha com a Soccer Grass, que instalou em 2020 o gramado sintético no estádio.
Para Mário Bittencourt, o gramado sintético vem afetando os resultados do futebol nacional nos últimos anos. “O sintético muda o jogo. O jogador fica mais lento, porque a chuteira prende mais. O quique da bola é diferente. ‘Ah, mas é aprovado pela Fifa’, mas não necessariamente é bom. Em 80% dos jogos, é gramado natural. Ele traz uma modificação. Vou discutir resultado esportivo. Todo clube que começa a jogar em gramado sintético, nos primeiros dois ou três anos, tem um resultado em casa muito diferente. Pode buscar aí. Porque existe uma dificuldade natural em jogar lá.”
“Em nenhuma liga grande do mundo se joga em campo sintético. A Fifa autoriza em campos de clubes, mas não faz a Copa do Mundo em sintético. Se não estraga e é barato, por que todo mundo não faz? Porque os jogadores não gostam”, argumentou o presidente do Fluminense.
OUTROS TEMAS
Patrocínio
“Temos que tomar muito cuidado sobre esse valores do mercado. Temos que tomar muito cuidado com isso. Tem muita gente que diz que recebe 60 (milhões), mas recebe 20 e os bônus são de 40. Então não é verdadeiro. Aqui a gente trabalha com a verdade. Patrocínio é a mesma coisa. As notícias em nada nos afligem. Para nós não importa. Quem conhece o mercado sabe que as empresas se falam. Sobre o nosso caso, temos uma relação muito boa com nossos parceiros. Temos credibilidade na relação. De pagar credores, de relações. Não é diferente com o nosso patrocinador máster hoje, que temos que lembrar que acreditou no clube num momento de dificuldade. Se continuar, vai ter relação de respeito. Se não continuar, também, porque eles podem voltar para cá. A relação é excelente, mas dissemos ao nossos parceiros que os valores estão defasados. Vamos buscar do parceiro um valor que ele pode pagar, que ele pode pagar e não como estão divulgando (propostas irreais).”
Thiago Silva
“Sobre Thiago Silva, a última conversa que a gente teve não foi recente. Ele disse que só vai definir o futuro após o término do contrato dele com o Chelsea. Não temos que criar expectativa. Ele é um grande ídolo nosso e um grande amigo também. Ele vê os nossos jogos, manda mensagem para o Marcão. Tenho o sonho de trazer ele, sim. Trazer um jogador desse não é um esforço, é um prazer.”
Mais reforços?
“Creio que a gente ainda vá fazer uma ou duas contratações no início da temporada ou no meio do ano. Futebol é um baralho que mexe muito rápido. Pode ser que tenha alguma saída de atleta. Estamos procurando trabalhar com um pouco mais de preocupação e ter um elenco de reposição.”
André
“Tivemos uma proposta pelo André no meio do ano ado de 30 milhões de euros, mais bônus. Dissemos não porque, em comum acordo com o jogador, tínhamos o objetivo de ganhar a Libertadores. De lá para cá, teve uma segunda proposta de um clube inglês, num valor bem abaixo. Essa situação não nos preocupa. Nossa relação com o Carlos Leite é muito boa e muito honesta. O cumpriu com o combinado. A gente conversa semanalmente. Hoje tem algumas sondagens, mas a janela fecha daqui a dois. Tem a possibilidade de chegar uma proposta nessas 48h. E a segunda que é a janela fecha e pode acontecer uma venda para ele ir no meio do ano. Não é uma situação que nos aflige.”
Recuperação financeira
“Para 2024, nossos dois diretores, o Paulo e o Fred, fizeram um desenho esse ano no sentido de que a gente pode se tornar ainda mais competitivo que em 2023. Conquistamos a Libertadores que era um sonho nosso. Isso nos dá a responsabilidade de manter o Fluminense disputando títulos em 2024. Temos a busca pelo bicampeonato, a Recopa, o tri do Estadual, o Brasileiro, a Copa do Brasil… Entendemos que eram necessárias algumas contratações. Isso, em momento algum, afeta o nosso planejamento financeiro. O Fluminense ainda é um clube em reconstrução financeira.”
Reforços dentro do orçamento
“Quase todos os reforços que vieram pro Fluminense tinham propostas financeiras maiores, casos do Renato (Augusto) e do Douglas Costa. Mas optaram vir para o clube para disputar a Libertadores, para poder trabalhar com Fernando Diniz. Todos acreditam no projeto Fluminense.”
Dívidas
“Tudo que foi feito ate aqui foi feito com o que a gente tem de receita. Nada foi feito pensando em possíveis receitas futuras. Caso no meio do ano, a gente precise fazer um outro investimento, temos uma “gordura” para isso. A gente nos primeiros cinco anos, a gente equilibrou a divida. Agora a gente tem o planejamento de matar a divida. A gente conseguiu equilibrar a divida e conseguir resultados esportivos.”
Orçamento para a temporada
“Vamos ter reunião de orçamento amanhã (quarta-feira). Por conta do mundial em dezembro, atrasamos um pouco. Mas vamos meter os pés no chão, dentro do que já conquistamos e podemos conquistar. Os clubes fazem escolhas gerenciais. Vamos pegar os últimos cinco anos e vamos ver. No equilíbrio você vai ver que no ano ado batemos as metas com louvor. Vamos manter o que estimamos e no final do ano vamos ver se vamos bater.”
Xerém
“O Fluminense tem que se orgulhar de Xerém. Se o Fluminense chegou vivo em 2019, é porque teve jogadores para vender. Somos um clube vendedor. Temos que continuar vendendo. Além das grandes vendas, vamos começar fazer vendas menores de jogadores que a gente sente que não vai absorver. A CBF acabou com o sub-23. Esse time que está no estadual jogariam o sub-23. Temos que criar uma linha de fazer vendas menores para jogadores que não vamos aproveitar no profissional.”
Guga
“Não chegou proposta pelo clube. Vi a notícia. Às vezes acontece de recebemos proposta por e-mail. Antes de negar, eu vi a notícia e mandei mensagem para minha secretária pedindo para olhar os e-mails se chegou alguma proposta. Liguei para o Angioni e para o Fred. Mandei mensagem para o pai do jogador. O pai do jogador respondeu que não sabia de nada. Por fim, eu entendi que o representante podia ter sido procurado. O representante disse que uma pessoa da Holanda iria procurar o clube. Ontem, um representante nos ligou e perguntou se tínhamos interesse em vender o jogador. E nós não temos o interesse. Mas não chegou proposta.”
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