Projeto para retomada do pontepretano ao seu estádio poderia ser mais abrangente

Projeto para retomada do pontepretano ao seu estádio poderia ser mais abrangente

O projeto da diretoria da Ponte Preta para alavancar o ‘Torcedor Camisa Dez’ é uma faca de dois legumes – diria o saudoso presidente corintiano Vicente Matheus -, ao colocar preços bem rasantes para quem aderir ao programa, e penalizar com valor nas alturas àqueles que ignoram o chamamento e comparecem eventualmente ao Estádio Moisés Lucarelli.

Inicialmente a tendência é de adesão maciça, sem que isso signifique necessariamente regularidade de pagamentos dos boletos mensais.

Como o torcedor é movido a emoção, seu comparecimento aos jogos da Ponte estará diretamente ligado à campanha da equipe no Campeonato Brasileiro.

Se corresponder, o estímulo será sintomático. Seguidos tropeços serão sinônimos de distância, com reflexo em inadimplência do compromisso Torcedor Camisa Dez.

Como a definição do preço de ingresso ou a ser de R$ 100 por jogo, não desconsidere o risco de o tiro sair pela culatra. Nesse contexto, não se surpreendam se a torcida adversária colocar mais torcedores no Majestoso.

MOTIVOS DA AUSÊNCIA

São vários os motivos que provocaram o afastamento do torcedor pontepretano em seu estádio.

Uma das alegações é a falta de ambição para conquista de títulos, mas dirigentes se defendem com justificativa de orçamento bem inferior aos concorrentes.

O argumento anterior de preço de ingresso acima das posses dos torcedores caiu por terra com a significativa redução durante o Campeonato Paulista, sem que a média de público aumentasse.

Agora, quem aderir ao programa Torcedor Camisa Dez vai desembolsar o ível pagamento mensal de R$ 39,90, com garantia de o gratuito em todos os jogos em casa durante o mês.

TECNOLOGIA

Houve aceitação à adesão de novas tecnologias, que disponibilizam aplicativos favorecendo o imediato do torcedor nas catracas do estádio. Leitor óptico vai identificar código mostrado no aparelho celular, a fim de franquear a entrada.

Evidente que dirigentes da Ponte poderiam ter se aprofundado em outros aspectos que distanciam o torcedor do estádio.

Já elenquei alguns deles, os principais referentes a transporte e segurança.

Ônibus com Itinerários nas ruas Abolição, Washington Luís e Avenida Saudade, por exemplo, poderiam perfeitamente ter percursos alongados até o Estádio Moisés Lucarelli em dias de jogos.

Estacionar veículos nas cercanias do campo é um Deus no acuda, a começar por flanelinhas que cobram gordo ‘cachê’ quando o motorista mal estaciona. Avarias e riscos em veículos são registrados frequentementes. Isso quando o proprietário não lamenta o furto.

Após os jogos, é imprescindível que policiais continuem circulando no entorno do estádio, para que se tenha sensação de não estar desprotegido.

ALTERNATIVAS

Segurança é um assunto que merece singular atenção, ora melhorando-a, ora criando-se outras alternativas preventivas.

Sugeri convênio com estacionamentos, inclusive de hipers e supermercados com relativa proximidade ao estádio, de forma que o torcedor pudesse deixar o seu veículo – preferencialmente ocupado por quatro pessoas – em local seguro. Aí poderia ser organizado um esquema de transporte complementar do percurso ao estádio em micro-ônibus e van particulares.

Se o Estatuto do Torcedor ordena ao policiamento que impeça o ao estádio de pessoas alcoolizadas, por que a tolerância com torcedores que usam droga?

No campo da Ponte também pratica-se preços abusivos na venda de produtos alimentícios, a exemplo da maioria dos estádios.

Evidente que outras causas poderiam ser acrescentadas. Todavia, na hipótese de as citadas receberem a devida atenção, com certeza o retorno de público seria sintomático.