Telê Santana jogou no Guarani em meados da década de 60
Telê Santana jogou no Guarani em meados da década de 60
Telê Santana jogou no Guarani em meados da década de 60


Provavelmente a única vez que acompanhei o então ponteiro-direito Telê Santana em campo foi com a camisa do Guarani, no Estádio Brinco de Ouro, em 1962, na vitória por 2 a 0 sobre a Lusa, gols de Paulo Leão e Tião Macalé.
Time bugrino da época? Dimas; Ferrari, Ditinho, Eraldo e Diogo; Ilton e Tião Macalé; Telê, Vicente, Paulo Leão e Osvaldo.
Telê foi trazido ao Guarani pelo saudoso treinador Elba de Pádua Lima, simpatizado com a função que ele desempenhava no Fluminense.
Em Campinas, Telê justificou o apelido de ‘mão de vaca’. Morava na casa de Tim sem desembolsar um tostão sequer. Entrava com a boca pra comer e beber.
Discípulo do também saudoso treinador Zezé Moreira, Telê exercia dupla função como atleta: de posse da bola fazia jogadas de fundo de campo; sem ela recuava no meio-de-campo para fechar os espaços do adversário.
A carreira de atleta foi encerrada em 1963, no Vasco. A chance de iniciar a função de treinador foi no Fluminense – seis anos depois -, ao colocar em prática o estilo do ponteiro para recomposição do meio de campo.
RETRANCAS
Apesar disso, defendia ofensividade de suas equipes, e tirou de letra pergunta do jornalista Zaiman de Brito Franco sobre como encarava adversários retrancados.
“Se o adversário fica lá atrás, meu time tem o domínio do jogo, cria mais chances, e basta ter competência para marcar gol e ganhar”.
Entenda-se trabalho exaustivo com atletas para criar alternativas além das convencionais, a fim de chegar ao gol, nos tempos de São Paulo.
O driblador era imprescindível para cavar faltas de média e curta distância. E o ex-meia Raí foi preparado para executar a função, assim como a sua estatura elevada foi explorada como cabeceador dos cruzamentos de fundo de campo para trás.
Esses conceitos de Telê foram recompensados ao sagrar-se bicampeão mundial pelo São Paulo na década de 90, em resposta aos críticos que o repreenderam após eliminação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982, na Espanha.
Na época, ele preferiu atacar quando precisava de um empate diante da Itália, e perdeu por 3 a 2.
MORTE EM 2006
Pois esse Telê Santana, após cinco magníficos anos de São Paulo, morreu no dia 21 de abril de 2006.
Abandonou o trabalho em 1995, por causa de complicações cardíacas, que o deixaram debilitado. Todavia não aceitava a distância dos gramados, de gritar com seus jogadores e resmungar com juízes.
Com feição apagada e sensação de angústia, restava-lhe distrair em atividades agropecuárias no seu sítio em Belo Horizonte, ou defronte à televisão acompanhando futebol, novelas e programas de auditório.