Tom Cristian expõe bastidores de caso de racismo e recebe apoio da Portuguesa Santista

A Portuguesa Santista reforçou seu posicionamento contra o racismo e declarou apoio ir ao jogador

Apesar do impacto emocional, Tom afirmou que se colocou à disposição para atuar na rodada seguinte

Tom Cristian revela bastidores de caso de racismo
Tom Cristian retornará contra o Primavera - Foto: Divulgação / Portuguesa Santista

Santos, SP, 24 (AFI) – O goleiro Tom Cristian, da Portuguesa Santista, revelou detalhes impactantes sobre o episódio de racismo que sofreu durante a partida contra o São José, pela 11ª rodada da Série A2 do Campeonato Paulista, na última quinta-feira (20). O jogador foi alvo de insultos racistas vindos da própria torcida do clube, gerando indignação e uma mobilização imediata dentro e fora de campo.

O episódio ocorreu aos 30 minutos do segundo tempo, quando Tom, visivelmente abalado, interrompeu a partida ao perceber os ataques racistas vindos da arquibancada atrás do gol da Briosa. Segundo o arqueiro, torcedores usaram expressões como “macaco” e “nego”, repetidas vezes.

“Receber ataques de torcedores do próprio time, é uma experiência que todo goleiro pode ter na carreira principalmente nos momentos ruins de resultados, mas quando sai da cobrança e entra na discriminação racial isso não pode ser tratado com normalidade. Minha primeira reação após ter certeza do que estava acontecendo junto com meus colegas, foi comunicar a arbitragem”, revelou Tom Cristian em entrevista exclusiva ao Portal Futebol Interior.

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POUPADO

Apesar do impacto emocional, Tom afirmou que se colocou à disposição para atuar na rodada seguinte, no empate sem gols contra a Ferroviária. No entanto, a comissão técnica da Briosa decidiu poupá-lo para preservar seu bem-estar.

“Eu queria jogar, mas o clube optou por me poupar diante do que aconteceu. O boletim de ocorrência já foi registrado, e agora cabe à polícia tomar as medidas cabíveis. O que me conforta é saber que tive total apoio do clube, dos meus companheiros e da diretoria, que estiveram ao meu lado na delegacia e foram minhas testemunhas”, afirmou o goleiro.

A Portuguesa Santista reforçou seu posicionamento contra o racismo e declarou apoio ir ao jogador. “O Tom não foi relacionado para a última partida por uma decisão técnica. Entendemos que ele poderia não estar 100% após tudo que ocorreu, então decidimos dar oportunidade ao Enzo. Mas nossa posição é clara: total apoio ao atleta”, comunicou o clube.

NÃO AO RACISMO

O caso gerou revolta e reforça a necessidade de punições mais severas para episódios de intolerância no futebol. Tom Cristian acredita que sua denúncia pode servir de exemplo para que situações como essa não se repitam.

“Eu acredito que toda essa movimentação pode servir de exemplo, para que isso não venha acontecer novamente e se acontecer que essas pessoas saibam que vão ser punidas porque racismo é crime. A FPF sempre está com as campanhas de conscientização, mas vemos que sempre acontecem casos, então, temos de seguir nessa luta e as consequências ficam na mão da justiça”, declarou.

RETORNO

Com 10 pontos, a Portuguesa Santista ocupa a 15ª posição, dentro da zona de rebaixamento, atrás do São Bento apenas no saldo de gols (-10 contra -9). A Briosa busca reabilitação na próxima quarta-feira (26), às 20h, diante do líder Primavera, no Ulrico Mursa.

O confronto também pode marcar a volta de Tom Cristian aos gramados, em um momento simbólico para o goleiro, que agora luta dentro e fora de campo contra o racismo e por uma virada na temporada.

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