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ARIOVALDO IZAC

Valentim dá 'drible' tático em Hélio dos Anjos em Recife

Esta vitória da Ponte Preta teve o 'dedo' do treinador Alberto Valentim na montagem da equipe, assim como nas mexidas no transcorrer da partida.

A montagem com três zagueiros e dois volantes serviu para neutralizar quaisquer investidas ofensivas do Náutico, sem deixar de atacar

Ponte Preta vence Náutico
Macaca vence em Recife (Foto: Gabriel França -@gabrielfrancafoto)

Por ARIOVALDO IZAC

Campinas, SP, 24 (AFI) – Esta vitória da Ponte Preta sobre o Náutico por 1 a 0, na tarde/noite deste sábado, em Recife, teve o ‘dedo’ do treinador Alberto Valentim na montagem da equipe, assim como nas mexidas no transcorrer da partida.

A montagem com três zagueiros e dois volantes – com Danilo Barcelos e Emerson se alternando nas funções -, serviu para neutralizar quaisquer investidas ofensivas do Náutico, e nem por isso o time ficou apenas se defendendo.

ARNALDO

A rigor, a lesão muscular do lateral-direito Arnaldo, do Náutico, aos 24 minutos do segundo tempo, implicou na equipe atuar com dois homens a menos, pois o treinador Hélio dos Anjos já havia feito cinco alternações.

Assim, o time pernambucano ficou com nove jogadores, quando a Ponte Preta já estava com dez.

Naquela circunstância, era natural que o Náutico se preocue mais em se precaver, enquanto a Ponte Preta ficou ‘oxigenada’ em campo com as entradas de Diego Tavares e principalmente Everton Brito, autor do gol da vitória.

No lance decisivo, ele se deslocou livre de marcação, já dentro da área, quando recebeu o e do polivalente Luiz Felipe, para concluir com sucesso na saída atabalhoada do goleiro Léo, que deixou a meta desguarnecida, aos 42 minutos do segundo tempo.

TRÊS ZAGUEIROS

Valentim soube usar estratégia com três zagueiros, sem que a Ponte Preta ficasse apenas se defendendo.

De posse de bola, uma das alternativas foi avanço dos laterais Maguinho e Artur, para que supostamente pudessem ser lançados nas costas dos laterais do time pernambucano, que partiam sempre à ofensiva e deixavam buracos na defesa.

E foi em projeção de Maguinho pela direita que saiu o cruzamento para o cabeceio do centroavante Jeh, com a bola chocando-se no poste direito da meta adversária, aos 22 minutos.

Antes disso, aos seis minutos, em jogada pessoal, Jeh driblou o zagueiro Rayan e exigiu defesa do goleiro Muriel.

E outra chance criada pela Ponte foi quando o atacante Jean Dias tentou finalizar de calcanhar, após lançamento de Élvis, com bola defendida com o pé pelo goleiro Muriel, aos 23 minutos.

LÉO OLIVEIRA

Se até então prevaleciam as chances criadas pela Ponte Preta, apesar do maior volume de jogo do Náutico, o volante Léo Oliveira quase coloca tudo a perder aos 32 minutos, quando praticou entrada violenta sobre o lateral Arnaldo e foi expulso.

ÉLVIS

Para reorganizar a marcação no meio de campo, Valentim sacrificou o meia Élvis, ao ‘sacá-lo’, ocasião que as câmaras da televisão flagraram a irritação do atleta com a substituição, mas a prática mostrou o acerto do treinador em avaliação tática daquilo que seria necessário à sua equipe.

Assim, se o Náutico teve maior controle do jogo, não conseguiu penetrar no bem montado esquema de marcação pontepretano.

ALTERNATIVAS

Já no segundo tempo, a real oportunidade de gol do Náutico foi desperdiçada em chute para fora do lateral Arnaldo, logo aos cinco minutos, já dentro da área.

Todavia, como o Náutico atacava e se descuidava do setor defensivo, aos 12 minutos Jeh avançou livre de marcação e, quando o goleiro Muriel saiu da meta para cometer falta, foi expulso.

Assim, as duas equipes se igualaram na partida com dez homens em campo.

Se a saída de Elvis teoricamente provocaria perda em lançamentos para a Ponte Preta, a entrada de Everton Brito, no lugar do apagado Jean Dias, serviu para o time ganhar mobilidade por dentro, na organização de jogadas.

PONTE ATACA

Aí, quando da lesão de Arnaldo, o treinador Valentim teve a percepção que poderia ser ousado e desmanchar o esquema com três zagueiros, sacando Emerson para entrada do centroavante Bruno Lopes.

Foi o período em que a Ponte teve mais posse de bola, rondou mais vezes a área adversária, e o formato com dois zagueiros serviu para continuar absorvendo as jogadas ofensivas do Náutico.

Portanto, pelas circunstâncias, foi premiado com a vitória quem estudou a melhor alternativa no transcorrer da partida.

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